Os professores no Brasil estão enfrentando sérios problemas de saúde, destacando-se preocupações com a saúde mental, segundo o livro “Precarização, Adoecimento & Caminhos para a Mudança: Trabalho e Saúde dos Professores” publicado pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro).
O livro foi lançado durante o V Seminário “Trabalho e Saúde dos Professores – Precarização, Adoecimento e Caminhos para a Mudança”. Os pesquisadores destacaram que, tanto na rede pública quanto na rede privada de ensino, os professores estão sofrendo do mesmo conjunto de doenças, com distúrbios mentais, como a síndrome de burnout, estresse e depressão, sendo os mais prevalentes. Em seguida, surgem distúrbios relacionados à voz e distúrbios osteomusculares (lesões nos músculos, tendões ou articulações).
Transtornos mentais, em particular, têm liderado a causa de afastamento dos professores das salas de aula. Essa tendência está mudando, pois há cinco anos, os distúrbios vocais eram mais prevalentes. Hoje, os transtornos mentais ocupam o primeiro lugar como causa de afastamento dos professores.
A perda de voz, a perda auditiva, os distúrbios osteomusculares e, mais recentemente, as doenças mentais, são os principais problemas que os docentes enfrentam no trabalho. Violência também tem afetado a saúde dos professores, com os professores sendo vítimas de agressões físicas, ameaças e assédio psicossocial relacionado à gestão escolar.
A falta de recursos adequados, incluindo infraestrutura escolar, salários baixos, jornadas excessivas e alta quantidade de alunos por sala de aula, também contribui para o adoecimento dos professores. Políticas públicas e melhorias nas condições de trabalho e de saúde dos professores são necessárias para enfrentar esses problemas. Fortalecimento das denúncias e negociações entre os sindicatos e os governos também são recomendados para melhorar as condições de trabalho e o bem-estar dos professores.
