As pesquisas eleitorais na Argentina indicavam que Javier Milei, deputado de orientação ultraliberal e vencedor das eleições primárias, estava liderando a corrida presidencial do país.
No entanto, os resultados das urnas revelaram que Sergio Massa, ministro da Economia e peronista, superou Milei por quase 7 pontos percentuais, enquanto a diferença entre Massa e Patricia Bullrich, uma conservadora e ex-ministra de Segurança, foi de 13 pontos.
No total, Massa obteve 36% dos votos válidos, Milei ficou com quase 30%, e Patricia Bullrich conquistou 23%. Os outros dois candidatos somaram aproximadamente 9%.
Um aspecto importante a ser destacado é a força do peronismo e de sua máquina partidária. Entre as eleições primárias realizadas em agosto e o pleito mais recente, Sergio Massa conquistou 3 milhões de votos adicionais, quase metade deles na província de Buenos Aires.
Por outro lado, o até então favorito Javier Milei obteve 770 mil votos a mais entre as eleições primárias e a votação recente. Apesar do resultado aquém do esperado, não é apropriado afirmar que ele é o derrotado do primeiro turno.
A grande derrotada do primeiro turno foi Patricia Bullrich. A ex-ministra de Segurança, que representa a ala conservadora, recebeu 23% dos votos, mas perdeu eleitores entre a eleição recente e as primárias de agosto, com uma queda de 440 mil votos. Além disso, ela ficou significativamente atrás de Massa e Milei, o que também foi um desvio em relação às pesquisas.
Apesar da derrota da ex-ministra de Maurício Macri, ex-presidente da Argentina, ela desempenhará um papel fundamental no segundo turno. O apoio de Patricia Bullrich será crucial para Milei. A oposição só conseguirá tirar os peronistas do poder se permanecer unida, um importante recado das urnas.