A Polícia Federal conduziu nesta segunda-feira (29) uma operação para investigar o monitoramento ilegal realizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro. Um dos alvos da operação é Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente e vereador do Rio de Janeiro pelo partido Republicanos, juntamente com seus assessores.
A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), tem como objetivo identificar os destinatários das informações obtidas ilegalmente pelo suposto grupo responsável pelo monitoramento de autoridades brasileiras, incluindo os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.
A reportagem entrou em contato com a defesa de Carlos Bolsonaro e aguarda resposta. As buscas estão sendo realizadas em sua casa e gabinete na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Esta nova operação segue a descoberta de indícios do uso de ferramentas de espionagem ilegal pela Abin em 2023, incluindo um programa de invasão de computadores. A PF encontrou tais softwares durante buscas realizadas anteriormente.
No último dia 25, o deputado federal e ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, também foi alvo de busca e apreensão. Os agentes cumpriram mandados em seu gabinete na Câmara dos Deputados, e a investigação aponta indícios de que ele continuou recebendo informações da Abin após deixar o cargo.
Em outubro de 2023, a PF revelou o uso de um sistema de geolocalização da Abin em mais de 30 mil monitoramentos ilegais, e apreendeu mais de US$ 171 mil em espécie durante buscas. O ministro Alexandre de Moraes determinou o afastamento de cinco funcionários da Abin na época.
Os desdobramentos dessas investigações levaram à atual operação, buscando elucidar a extensão do monitoramento ilegal e identificar todos os envolvidos.
